terça-feira, 2 de agosto de 2011

SILÊNCIOS QUE GRITAM (X) – A LUTA IDEOLÓGICA PROLONGADA


"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas (Guerra Junqueiro, "Pátria",1896.)

No país do medo, mergulhado até às virilhas na placidez pequeno-burguesa, no saque, no facilitismo, no individualismo exacerbado, na corrupção endémica, no seguidismo neoliberal, braço executivo da ideologia do capitalismo financeiro e económico, é urgente, é necessário, uma cultura de solidariedade e de tolerância.
A degradação galopante das condições de existência, prova provada da crise estrutural do sistema, é justificada por erros individuais e colectivos no domínio da economia familiar! É urgente desconstruir a couraça ideológica que reveste o corpo social anémico, impotente, preconceituoso, intolerante e subserviente. É uma cruzada a favor da paz, da solidariedade, do desenvolvimento, da justiça social e da liberdade.
A repressão e o arregimentar cultural permite formatar cidadãos obedientes e cúmplices com o status quo. As desigualdades mais gritantes estão estruturalmente entrincheiradas e simuladas no universo da demagogia.
Por outro lado, a reprodução das condições de dominação exige a intervenção de factores ideológicos que garantam a manutenção da ordem estabelecida: as vítimas e a cumplicidade com os seus carrascos.
Libertar do marasmo e dos medos um país colonizado por uns médias ao serviço de grandes grupos económicos e blindado por preconceitos adquiridos desde o berço, é uma tarefa hercúlea que exige uma mobilização geral de todos os cidadãos lúcidos.
Que fazer?