terça-feira, 2 de junho de 2009

SILÊNCIOS QUE GRITAM (V) - LEIS DE MIGRAÇÃO

Seja na costa italiana ou nas Ilhas Canárias, centenas de pessoas chegam diariamente ao território europeu.
Enquanto as autoridades discutem se são 'refugiados' ou 'imigrantes', cada um conta apenas com a própria sorte (Dw World. De)
O fenómeno migratório induz a um dever urgente de recuperar a utopia da solidariedade, entre os povos,a justiça social e os direitos humanos.
O edifício jurídico que acolhe a defesa dos imigrantes surge como resultado de lutas transversais a todos as geografias e perfumado pela aliança de muitas centenas de milhares de trabalhadores
É preciso, é urgente, conquistar soluções globais e inclusivas, em oposição a atitudes rançosas simuladas com uma roupagem obscena.As forças mais imobilistas, apostadas numa direcção claramente regressiva e securitária, convertem os imigrantes em bodes expiatórios , transferindo para eles o ónus de politicas desastrosas e responsabilizando-os por todos os males sociais nomeadamente o desemprego e a criminalidade.
Esta diabolização dos imigrantes é o pretexto para as escolhas duma arquitectura politica desprovida de humanismo e altamente discriminatória que culminou com a abjecta directiva da vergonha aprovada pela EU. a qual alarga o prazo de detenção dos imigrantes sem-papéis e prevê a massificação das expulsões.
Sobreviver, atravessando as fronteiras da intolerância dum continente que não aprendeu a amar. Resistir, percorrendo caminhos sinuosos , traiçoeiros e armadilhados de ambiguidades semeadas por entidades sem ética,são alguns dos escolhos que se cruzam no quotidiano dum imigrante.
O velho continente precisa de imigrantes como pão para a boca: compensar o envelhecimento da sua população e de preencher os empregos rejeitados por parte da população local, nomeadamente os trabalhos de maior desgaste físico e em sectores considerados menos nobres. Por outro lado, a crença de que os migrantes são economicamente necessários mas socialmente indesejáveis repousa no mesmo tipo de preconceito que criminaliza e detem trabalhadores apenas porque são imigrantes
A história tem uma dívida de mais de 500 anos com os povos migrantes. Nenhum ser humano é minoría, nenhum ser humano é indocumentado e nenhum ser humano é ilegal.

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