sábado, 25 de julho de 2009
sábado, 18 de julho de 2009
PEDIDOS DE REGULARIZAÇÃO DE IMIGRANTES, DA ORDEM DOS 60%, FORAM RECUSADOS PELO SEF

Mais de 70 mil processos para regularização de imigrantes, ao abrigo do art. 88, entraram nos serviços do SEF desde o final de 2007. No entanto, apenas 42% concluíram o processo de legalização. Dos processos entrados este ano, quase três mil (63%) foram recusados, com notificações imediatas para o abandono do país.
De acordo com dados divulgados na imprensa, 63% dos pedidos recebidos este ano pelo SEF foram recusados, tendo havido 2.901 imigrantes a receber notificações para abandonar o país. Desde finais de 2007, foram 71.362 os pedidos de regularização que entraram no SEF ao abrigo do artigo 88, mas apenas 42% conseguiram concluir o processo de legalização.Em declarações à imprensa, dirigentes de associações de defesa dos imigrantes revelaram o seu descontentamento com esta situação. Paulo Mendes, coordenador da Plataforma de Associações de Imigrantes, afirma que "as notificações são o pão nosso de cada dia" e acusa o SEF de ser "um dos motores da ilegalidade, em vez de encaminhar as pessoas para a legalidade".Por seu lado, Gustavo Behr, presidente da Casa do Brasil, afirma que quando se faz um pedido de regularização através do artigo 88 é porque se "preenchem os requisitos e, como tal, deveriam ser todos regularizados".
De acordo com dados divulgados na imprensa, 63% dos pedidos recebidos este ano pelo SEF foram recusados, tendo havido 2.901 imigrantes a receber notificações para abandonar o país. Desde finais de 2007, foram 71.362 os pedidos de regularização que entraram no SEF ao abrigo do artigo 88, mas apenas 42% conseguiram concluir o processo de legalização.Em declarações à imprensa, dirigentes de associações de defesa dos imigrantes revelaram o seu descontentamento com esta situação. Paulo Mendes, coordenador da Plataforma de Associações de Imigrantes, afirma que "as notificações são o pão nosso de cada dia" e acusa o SEF de ser "um dos motores da ilegalidade, em vez de encaminhar as pessoas para a legalidade".Por seu lado, Gustavo Behr, presidente da Casa do Brasil, afirma que quando se faz um pedido de regularização através do artigo 88 é porque se "preenchem os requisitos e, como tal, deveriam ser todos regularizados".
Retirado do Net-esquerda
sexta-feira, 17 de julho de 2009
SILÊNCIOS QUE GRITAM (VII) A MIGRAÇÃO E O JORNALISMO ACRÍTICO

Os média deveriam ser o alicerce da sociedade democrática que desafia a autoridade e oferece ao povo a oportunidade igual de aprender e participar. (Noam Chomsky)
No decurso da guerra fria, um jornalismo acrítico e de subserviência em relação a regimes liberais, eminentemente anti-comunistas, defensores e servidores do status quo e do grande capital, sempre se disponibilizaram para noticiar a problemática dos refugiados das ditaduras comunistas! Faziam-no duma forma parcial, arbitrária e subserviente
Hoje, apesar da “liberdade” finalmente conquistada, das regiões orientais da Alemanha, da Polónia, Roménia, Albânia, etc., o fluxo migratório não cessa de aumentar. Sobre esta realidade, os chamados jornais de referência remetem-se para um silêncio sepulcral! Com os muros a aprisionar palestinos na sua própria Pátria ou com a muralha americana a separar o México, a evocação do Muro de Berlim já não pode, obviamente, surtir o efeito de outrora.
Este império da mentira e da desinformação, continua na frente de combate pela manipulação da opinião pública à escala global e é igualmente responsável pela onda de xenofobia que ameaça os migrantes em geral e, em particular, os de origem árabe ou africana
Hoje, apesar da “liberdade” finalmente conquistada, das regiões orientais da Alemanha, da Polónia, Roménia, Albânia, etc., o fluxo migratório não cessa de aumentar. Sobre esta realidade, os chamados jornais de referência remetem-se para um silêncio sepulcral! Com os muros a aprisionar palestinos na sua própria Pátria ou com a muralha americana a separar o México, a evocação do Muro de Berlim já não pode, obviamente, surtir o efeito de outrora.
Este império da mentira e da desinformação, continua na frente de combate pela manipulação da opinião pública à escala global e é igualmente responsável pela onda de xenofobia que ameaça os migrantes em geral e, em particular, os de origem árabe ou africana
HISTÓRIAS DA EMIGRAÇÃO

A problemática migração, e o que lhe está associado, é o objecto deste blogue. Tenho alguns textos por concluir e/ou por publicar.
Entretanto, não resisti, a este trabalho de José Saramago, retirado daqui:
Histórias da emigração
Que atire a primeira pedra quem nunca teve nódoas de emigração a manchar-lhe a árvore genealógica… Tal como na fábula do lobo mau que acusava o inocente cordeirinho de lhe turvar a água do regato onde ambos bebiam, se tu não emigraste, emigrou o teu pai, e se o teu pai não precisou de mudar de sítio foi porque o teu avô, antes dele, não teve outro remédio que ir, de vida às costas, à procura do pão que a sua terra lhe negava. Muitos portugueses morreram afogados no rio Bidassoa quando, noite escura, tentavam alcançar a nado a margem de lá, onde se dizia que o paraíso de França começava. Centenas de milhares de portugueses tiveram de submeter-se, na chamada culta e civilizada Europa de além-Pirinéus, a condições de trabalho infames e a salários indignos. Os que conseguiram suportar as violências de sempre e as novas privações, os sobreviventes, desorientados no meio de sociedades que os desprezavam e humilhavam, perdidos em línguas que não podiam entender, foram a pouco e pouco construindo, com renúncias e sacrifícios quase heróicos, moeda a moeda, centavo a centavo, o futuro dos seus descendentes. Alguns desses homens, algumas dessas mulheres, não perderam nem querem perder a memória do tempo em que tiveram de padecer todos os vexames do trabalho mal pago e todas as amarguras do isolamento social. Graças lhes sejam dadas por terem sido capazes de preservar o respeito que deviam ao seu passado. Outros muitos, a maioria, cortaram as pontes que os ligavam àquelas horas sombrias, envergonham-se de terem sido ignorantes, pobres, às vezes miseráveis, comportam-se, enfim, como se uma vida decente, para eles, só tivesse começado verdadeiramente no dia felicíssimo em que puderam comprar o seu primeiro automóvel. Esses são os que estarão sempre prontos a tratar com idêntica crueldade e idêntico desprezo os emigrantes que atravessam esse outro Bidassoa, mais largo e mais fundo, que é o Mediterrâneo, onde os afogados abundam e servem de pasto aos peixes, se a maré e o vento não preferiram empurrá-los para a praia, enquanto a guarda civil não aparece para levantar os cadáveres. Os sobreviventes dos novos naufrágios, os que puseram pé em terra e não foram expulsos, terão à sua espera o eterno calvário da exploração, da intolerância, do racismo, do ódio à pele, da suspeita, do rebaixamento moral. Aquele que antes havia sido explorado e perdeu a memória de o ter sido, explorará. Aquele que foi desprezado e finge tê-lo esquecido, refinará o seu próprio desprezar. Aquele a quem ontem rebaixaram, rebaixará hoje com mais rancor. E ei-los, todos juntos, a atirar pedras a quem chega à margem de cá do Bidassoa, como se nunca tivessem eles emigrado, ou os pais, ou os avós, como se nunca tivessem sofrido de fome e de desespero, de angústia e de medo. Em verdade, em verdade vos digo, há certas maneiras de ser feliz que são simplesmente odiosas. (José Saramago)
sábado, 4 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
PROTESTO MIGRANTE

Em estaleiros de vidas adiadas
homens e mulheres
enclausurados em guetos
de sociedades sem ética
acossados para a marginalidade
reciclados nas fronteiras
da indiferença
a pretexto de serem estrangeiros
estigmatizados pela origem
jazem na miséria e na perseguição
docilizam a revolta
reproduzem a exclusão
retirado de PoesiadeAgry
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